Nosso tempo

O imperialismo é um cão latindo contra o futuro. O modo de produção capitalista vai caducando, as potências imperialistas aumentam sua ferocidade, a humanidade naufraga. Querem o petróleo líbio. Querem mão de obra barata do Haiti. Líbia hoje, Haiti sempre, amanhã ninguém sabe.

Chovem bombas da “liberdade” na Líbia. É preciso impor uma democracia engordurada de petróleo, fluido fosco que move a musculatura capitalista. Os caças da OTAN são a força aérea e primeira linha de ataque dos “rebeldes” treinados e financiados pela CIA entre outros serviços secretos. O jargão apologético da grande mídia capitalista transforma golpistas em rebeldes, sempre que convém a si própria e a seus anunciantes.

Incautos repetem o canto de sereia da mídia do capital: “a OTAN deve intervir na Líbia porque Kadafi está atacando seu próprio povo.” Dois meses após o início dos bombardeios o capital retira sua tropa de choque da praça, sua mídia já não repete a legimitação inicial, não é mais necessário, é preciso preservar o discurso para outras oportunidades. A guerra humanitária convenientemente se move para outras bandas, o Irã na mira do fuzil. Mas alguns papagaios de boteco ainda entoam a cantiga de ninar do imperialismo, o mass media sorriem com as bocas empapadas de sangue.

O Haiti é um país empobrecido na marra, asfixiados pelos dólares e pelos soldados invasores. Engaiolaram o fantasma que emana de seu exemplo. Agora se fartam com os lucros da barbárie que promoveram. A cobiça escorre pela barba fedorenta do imperialismo, suas maquiladoras querem mão de obra barata. Não faltam feitores para o trabalho sujo, incluindo governos tidos como progressistas como o argentino, o equatoriano e boliviano. Todos comandos pelos petistas do Brasil. Todos esperando a raspa da panela.

O Brasil surfa nas ondas do redemoinho capitalista, afunda sorrindo, seu povo anestesiado. O consumo se expande via crédito, via traiçoeiras prestações. A bolha imobiliária ofusca a visão de todos, o dinheiro dá em apartamentos vendidos na planta. Até quando? As greves pipocam, os preços pipocam, o crash se aproxima. Mas ninguém percebe, por enquanto.

As potências capitalistas tecem teias que vão do Iraque ao Haiti, do Afeganistão à Líbia. Os capitalistas mordem e assopram, mordem a Líbia, assoparam o Brasil e sugam o sangue de todos. A humanidade agoniza. Ser antiimperialista é ser anticapitalista, o meio termo explodiu há tempos. Contra o insustentável e insuportável mundo velho do capital, é preciso dizer não. Não passarão!

JC

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