O dia em que os porcos nadaram, nadaram e morreram na praia: 1961, Praia Girón, Baía dos Porcos, Cuba.


15 de abril de 1961. Cuba é bombardeada por aviões B-26, são caças cedidos pelos EUA, mas pintados com bandeiras cubanas, um destes pousa em Miami após o ataque. A mídia estadunidense divulga que há um levante da força aérea “de Castro”. O objetivo do ataque era criar uma zona de exclusão aérea (que é como se diz atualmente).  Na prática se tratava de destruir os poucos aviões de combate cubanos (sete ou oito), e assim facilitar a invasão por terra (que é também o mesmo que se faz até hoje).


Cuba exige o fim dos ataques estadunidenses, estes negam qualquer relação com os bombardeios e mostram fotos do “avião cubano” que havia descido em Miami. Os britânicos apóiam os estadunidenses, dizem que “o governo do Reino Unido sabe por experiência que pode confiar na palavra dos Estados Unidos”.


Os bombardeios continuaram. Aeroportos foram atacados. Mas os sete ou oito caças cubanos não foram destruídos. Estavam espalhados e escondidos na ilha, esperando o melhor momento para contra-atacar. Cuba estava preparada para se defender.


16 de abril de 1961, 23:45, mercenários cubanos treinados pela CIA desembarcam em Praia Girón. A primeira linha de defesa cubana são seus recifes naturais. Os grandes barcos invasores são bloqueados, os botes encontram dificuldades. Milicianos revolucionários recebem os mercenários a bala. O terreno e o mar difíceis dificultam o avanço dos invasores. Chegam reforços revolucionários.


Quando o dia nasce, a aviação cubana decola. A estratégia de Fidel é sábia. Primeiro afundar os barcos com os suprimentos do inimigo, depois derrubar seus aviões, para por último derrotar os mercenários em terra.


Dois navios invasores com armas e suprimentos são afundados. Setes caças dos EUA são colocados fora de combate, quatro pilotos estadunidenses morrem.


19 de abril de 1961, pela manhã, o chefe mercenário envia mensagem à CIA dizendo: “Por favor, não nos abandonem”. À tarde a invasão estava liquidada. 1197 mercenários foram capturados.


Os invasores haviam sido treinados na Nicaraguá e na Guatemala por cerca de um ano. O plano da CIA surgiu no governo de Eisenhower (um republicano como Bush), mas foi executado por Kennedy (um democrata como Obama). O que prova que uns e outros faziam e fazem a guerra, inclusive os agraciados com o Nobel da Paz.


O plano da CIA era financiar e apoiar um levante que ocupasse ao menos uma parte da Ilha. Na sequência os golpistas seriam reconhecidos como governo oficial e legítimo, o que possibilitaria o envio de tropas estrangeiras para liquidar definitivamente a revolução do Che, de Fidel e de todo o povo cubano.


Fracassaram os invasores. O povo cubano venceu. A Revolução derrotou os dólares, a CIA e os mercenários. Estava escrito um dos belos capítulos da Revolução Cubana.    

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